Vereadores de Ubá criticam empresa de coleta de lixo e cobram melhorias na prestação de serviços da Suma Brasil

Durante a reunião ordinária da Câmara Municipal de Ubá, realizada nesta segunda-feira (16), diversos vereadores manifestaram publicamente sua insatisfação com o serviço prestado pela nova empresa responsável pela coleta de lixo no município, a Suma Brasil. Contratada recentemente para substituir a antiga prestadora, a empresa já é alvo de cobranças por falhas operacionais, acúmulo de resíduos, ausência de contêineres e denúncias de desorganização logística.
O vereador Alexandre Barros Mendes, o “Lek” (Republicanos), apresentou um requerimento solicitando a realização de uma reunião ampliada, com a participação do Executivo, lideranças comunitárias, representantes da indústria, comércio e demais vereadores, para debater alternativas e soluções para os problemas enfrentados.
“É preciso ouvir a população e cobrar melhorias com seriedade. Não podemos permitir que o lixo continue espalhado nas ruas, colocando em risco a saúde da população. Precisamos discutir pontos de coleta, horários, contêineres e impactos na mobilidade urbana. Isso é política séria, não politicagem”, afirmou Lek.
Já o vereador André Eustáquio Alves (PL), embora tenha agradecido à empresa por um atendimento pontual no bairro Barrinha, não poupou críticas ao serviço prestado nos bairros periféricos. Segundo ele, o valor do novo contrato – que representa um acréscimo de R$ 25 milhões em relação à antiga empresa – não se justifica diante da qualidade atual da coleta.
“O Rosa de Toledo está sofrendo com um lixão a céu aberto. É um problema gravíssimo de saúde pública. E se a carne está sendo descartada de forma clandestina, os açougues também precisam ser fiscalizados. Se a empresa está tendo dificuldade, que venha a público explicar. Porque o que temos até agora é apenas um caminhão com vassoura mecânica e um serviço desorganizado”, declarou André.
O vereador Gilson Fazolla Filgueiras (PDT) também reforçou a necessidade de maior transparência e planejamento. “Queremos saber onde estão os caminhões, os funcionários, as planilhas e o cronograma real de coleta. A população está nos cobrando, e com razão. O valor do contrato aumentou, mas a eficiência não acompanhou esse aumento”, afirmou.
Breno Reis de Oliveira (Podemos) apontou interferências políticas no cronograma de coleta e reclamou da falta de equidade no atendimento de demandas dos vereadores. Segundo ele, denúncias indicam que serviços têm sido desviados de seus roteiros originais por ordens superiores, prejudicando a sequência das ações e favorecendo aliados políticos.
“Tenho recebido 14 ofícios negados, todos com a justificativa de ausência de orçamento, enquanto outros vereadores têm seus pedidos atendidos imediatamente. Isso gera um clima de perseguição política e prejudica a população”, denunciou Breno.
Por sua vez, o vereador José Roberto Filgueiras (Podemos) destacou que a empresa já teve tempo para conhecer a cidade e organizar seus serviços. “Houve um período de transição. A Suma Brasil teve tempo para mapear os bairros e pontos críticos. O contrato atual é 20 milhões mais caro que o anterior, e não vemos melhorias proporcionais. O básico precisa ser resolvido: falta de contêineres, acúmulo de lixo e ausência de planejamento”, frisou.
As cobranças foram unânimes em pedir mais eficiência, transparência e diálogo por parte da Suma Brasil e do Poder Executivo. A expectativa agora é que, diante das críticas públicas e da pressão do Legislativo, a empresa apresente um plano de ação concreto para reorganizar o serviço de coleta e atender à população com a qualidade prometida.
A proposta de realização de uma reunião com representantes da empresa e da sociedade civil deverá ser avaliada e, se confirmada, poderá ocorrer nos próximos dias no Salão Azul da Câmara ou outro espaço indicado.
Por Zona da Mata News